Alma nômade

Não tenho o costume de fazer posts pessoais, mas tenho alguns rabiscos e hoje resolvi publicar um deles. Era mais fácil escrever sobre o que eu fiz, onde fui, como cheguei. É preciso coragem para escrever o que vai no coração. Mas hoje decidi tentar.


Eu nasci com uma alma nômade. Desde pequena, ela dava sinais. Embora muito agarrada com meus pais, bastava alguém da família falar que viajaria, que lá estava eu, me convidando a ir junto. Lembro de uma vez, eu tinha 5 ou 6 anos, e minha avó viajaria a outro estado para visitar a irmã. Fomos à rodoviária ( sim, naquela época não existia internet ) e não sosseguei até que minha passagem foi comprada.

Fui criada da maneira mais tradicional possível: estudar, trabalhar, férias de 1 semana por ano. O importante é ter estabilidade na vida. Me formei, arrumei emprego, casei. Começamos a juntar dinheiro para viajar. Largamos tudo: nossa casa, nossos empregos, vendemos carro. Em 2009, embarcamos para nosso primeiro mochilão, 2 meses entre Indonésia e Tailândia e mais 2 meses na Austrália, morando numa van.

Quando voltamos ao Brasil, fomos morar em Florianópolis, para ter a sensação de estar de férias ao menos aos finais de semana. Nós não éramos mais os mesmos. O bichinho da viagem havia nos picado. Nossas vidas se concentraram em trabalhar e economizar todo o possível para viajar. Adotamos o slow travel como meta de vida. Fomos para o México, Argentina, Bahia, Pernambuco ( inclusive Noronha ), Alagoas, Peru, voltamos a Indonésia e fomos ao Uruguai algumas vezes. Fizemos pequenas viagens por Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Mas ainda não é o suficiente. Por mais que eu ame minha profissão, ela me limita a ficar no mesmo lugar. Para mim, não há nada no mundo que se compare e sensação de novas descobertas, novos lugares, novos amigos. Não fui feita para uma vida regradinha, trabalhando o ano todo para ter férias de 30 dias por ano. Preciso mais. Não tenho apego a nada. Somente a pessoas que amo, mas as levo no coração  para onde eu for.

A sensação de estar "jogada" no mundo, numa ilha qualquer, é o que me motiva a viver. Essa sou eu de verdade. Quando fiz meu primeiro mochilão, as pessoas diziam que eu tinha coragem. Para mim, coragem é enfrentar todo dia a rotina. O que eu tenho é uma necessidade de LIBERDADE que não sei explicar. E é ela que me leva para onde eu quero.

Comentários

  1. Muito legal sua história, Claudia.

    Adorei ler. Liberdade não tem preço. :)

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    1. Obrigada Rafael. Vocês do 360 tem uma historia muito legal também. Embora nem sempre eu comente por la, estou sempre lendo os posts maravilhosos de vocês.

      Grande abraço.

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