Yoyo's, Ilha de Sumbawa: A aventura de chegar no meio do nada


Estávamos em Kuta, Lombok quando seguiríamos até Yoyo's, na Ilha de Sumbawa. Tivemos que pegar um táxi até Mataram, a capital de Lombok. Após 1h30 de viagem, chegamos na rodoviária da cidade, pegamos um ônibus extremamente precário até Maluk, cidade mais próxima de Yoyo's. 


foto retirada do site SECRET ISLAND RESORT


Mataram fica localizada no oeste de Lombok. Atravessamos toda a ilha, pegamos o ferry e depois seguimos a estrada já na Ilha de Sumbawa. Todo o trajeto durou 5 horas. Foi uma aventura e tanto, que só com muito espírito mochileiro pude aguentar: a estrada era sinistra, cheia de curvas para um lado e para outro, muita mata, crianças chorando e vomitando no ônibus, adultos cuspindo do chão ( sim, no chão do ônibus ) e fumando. Affff, foi uma longa viagem...Isso sem contar que minha única comida foi mentos, pois não havia um único mercado em todo o trajeto. Barracas na beira da estrada vendiam comida, sem a mínima condição de higiene. Preferi passar fome.

praia de Yoyo's

Em nossa chegada a Maluk, o ônibus parou no meio do nada, não havia rodoviária. Erámos os únicos turistas, e vários indonésios, com moto, queriam nos levar para qualquer lugar em troca de algumas rúpias. O problema é que tínhamos pranchas, malas, mochilões, impossível ir de moto. Depois de algum tempo de alvoroço, eles foram desistindo de nos incomodar. Mas com certeza não era só o dinheiro que interessa a eles...ver aquelas pessoas tão diferentes deles, era algum incomum. 2 loiras, altas, talvez fosse algo que eles nunca houvessem visto na vida. A maioria dos turista vai de táxi, direto para Yoyo's. E muitos dos que vão a Sumbawa sequer vão a Yoyo's, vão direto a Lakey Peak.

o ônibus nos largou no meio da rua...apesar do calor, as mulheres de calças compridas e ombros tapados, respeitando os costumes, já que os habitantes são mulçumanos

depois de 30 minutos, conseguimos um carro...


Meu marido foi atrás de algum carro que pudesse nos levar até a praia. O único transporte que ele encontrou foi um caminhãozinho, mas foi perfeito para nós. Andamos na caçamba, vendo aquele visual maravilhoso e 20 minutos depois, chegamos. Fomos nos poucos hotéis que há lá, a maioria bastante caro se pensarmos em sudeste asiático. Acabamos nos hospedando no Ratung, um chiqueirão sem ar, sem café...por 100 mil rúpias, não dava para exigir muito. Mas meu espírito aventureiro havia se esgotado na viagem, e tive uma crise de choro. Estava decidida a mudar de hotel no dia seguinte, pois aquela vida não era para mim. Pagaria um resort ( não sou o tipo de pessoa que precisa ficar num resort, prefiro ficar um tempão viajando e ficar numa pousada simples, pé na areia, mas necessito de um mínimo de conforto ).

a vista a caminho da praia...

cansadas mas felizes



No dia seguinte, fomos no Yoyo's hotel, o melhor da região e único que tinha wifi.A internet funcionava às vezes. Queria ficar ali, mas sabia que era caro ( 500 mil rúpias para o casal ). Começamos a conversar com um senhor que estava ali, e ele perguntou onde estávamos hospedados. Falamos no Ratung e ele perguntou por que não nos hospedamos naquele hotel. Dissemos que era caro. Ele disse: mas e o surf camp? Nosso amigo Ezequiel disse: está lotado. Estávamos falando com o dono do hotel, sem saber, e ele nos fez uma proposta irrecusável: o quarto caro, se quiséssemos, sairia por 150 mil rúpias. Beleza, na mesma hora, fomos buscar as coisas e nos mudamos. O quarto do hotel era mara. Tinha ar, tv a cabo, sala, frigobar, jarra elétrica, todo o conforto que precisávamos. 

Yoyo's hotel, um paraíso depois de ficar no Ratung


O principal, senão único motivo para turistas virem para essa região são as ondas. Direitas incríveis quebrando praticamente sozinhas. A dificuldade de chegar talvez seja a razão do pouco crowd.

marido 



Yoyo's é uma praia no meio do nada, não há mercados, não há nada fora uns 4 hotéis/pousadas e a praia. Fomos até a vila, 2km, a pé, comprar coisas para nos abastecer. Cup noodles, bolacha, água. Tivemos muita sorte e conseguimos carona na volta. Há caixa eletrônico na vila, mas não há onde trocar dinheiro. Venha com rúpias. Ah, na vila não vendem cerveja. O povo é mulçumano, não bebe e não tem autorização para vender. Bintang só nos hotéis mesmo.

Pegando a estrada a esquerda de quem está na praia, passamos um morro e chegamos a outra praia: Tropical Beach. Não é a mais indicada pro surf, mas rolam umas ondinhas. A praia é bonita, e tem o único resort da região. Lugar top. Almoçamos uma comida deliciosa lá. Mas o preço dos quartos eram a partir de 2 milhões de rúpias, bastante salgado para mochileiros. E para quem surfa, tem que alugar moto. Não encontramos carro para alugar.

Tropical Beach
Tropical Beach


Nosso único compromisso era passear, conhecer a região, surfar, descansar. Lugar perfeito para isso. 

O pôr-do-sol na Indonésia é sempre surpreendente

Felicidade é uma coisa que não se explica, apenas se sente.

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